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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Federação da Agricultura do Pará comemora 60 anos

Um pouco de história

Em 1934, houve uma forte movimentação no Brasil para a organização política dos produtores rurais. Mas foi em 1951 que o influente paraense Manoel Reis Ferreira criou a Federação das Associações Rurais do Estado do Pará (Farep), na época uma associação civil. E a partir de 1964, passou a ser Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), uma entidade sindical. A mudança do Ministério da Agricultura e Abastecimento para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, representou uma nova forma de olhar o setor. Foi então, que, impulsionada pelas mudanças, tornou se a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará. Uma história de representação política dos produtores do Estado, que oficialmente, foi fundada em 21 de setembro de 1951.

Associada à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, a Federação tem como missão defender os interesses dos produtores rurais, em tudo quanto possa concorrer para a prosperidade da categoria que representa; Estudar e propor soluções alternativas para as questões relativas às atividades agropecuárias, com vistas à melhoria da qualidade de vida e geração de emprego e renda para o setor; Promover a adoção de regras, normas e treinamentos que visem elevar os índices de produtividade da atividade agropecuária, mediante o aperfeiçoamento dos métodos de trabalho e dos processos de comercialização, com vistas a elevar o bem-estar sociocultural dos produtores rurais; contribuindo, sobretudo, para o desenvolvimento do Agronegócio e a valorização do homem do campo.

Para o alcance de sua missão, a FAEPA desenvolve numerosas ações em parceria com os governos federal, estadual e municipal, contando, para tanto, com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Pará - o FUNDEPEC e da AMAZÔNIA RURAL - Central de Negócios, instituições que formam o Sistema FAEPA.

Os presidentes

Ao longo da história da Federação, foram 7 presidentes que lutaram pelos interesses da classe. O primeiro foi José Manoel Reis Ferreira (1951 a 1964) e, atualmente, o produtor rural Carlos Fernandes Xavier está à frente da FAEPA. A entidade possui 10 Núcleos Regionais e 126 Sindicatos de Produtores Rurais, além de 05 Sindicatos Estaduais de Categorias Produtivas, espalhados por todo o território paraense, representando aproximadamente 400 mil produtores.

Evolução

Nestas seis décadas de existência, o Agronegócio paraense, experimentou um acelerado processo de crescimento, galgando importante posição na matriz econômica estadual, com expressiva contribuição para a geração de alimentos e riqueza, além de emprego e renda para a sua população. Diversos foram os avanços e conquistas não apenas da entidade, mas do setor, comenta o presidente da FAEPA, Carlos Xavier. Com uma história tão grandiosa, os 60 anos da Federação tem um significado muito grande para a sociedade e devem ser comemorados, apesar dos inúmeros problemas que a produção rural enfrenta neste momento.

"Nos últimos anos, os desafios foram muito grandes para a agropecuária, principalmente por causa das constantes mudanças na política econômica brasileira e do complexo cenário mundial. Os trabalhos desenvolvidos desde a criação da entidade, que completa 60 anos, tem como objetivo principal defender os interesses dos produtores e do agronegócio paraense, buscando mecanismos para solucionar os entraves vivenciados pelo setor", destaca o presidente.

Preservar

Para superar esse falso dilema e embate que vem sendo colocado entre desenvolvimento e meio ambiente, a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, lançou em 2008, o "Projeto Preservar - Pacto da Sociedade Paraense para Consolidação da Fronteira Aberta", que propõe um novo paradigma para o agronegócio, tendo como eixos a mudança de base tecnológica, conjugada à preservação da floresta nativa e à utilização de áreas antropizadas. A estratégia delineada prevê que, mediante a intensificação da pecuária, é possível liberar áreas de pastagem para atividades agrícolas e silviculturas, contendo-se, dessa forma, o avanço sobre a floresta nativa, significando, na prática, desmatamento zero.

"Não tenho dúvida de que o Pará estando na Amazônia é muito cobrado pela comunidade internacional e nós temos que desenvolver um trabalho imenso aqui. E é isso que estamos fazendo através do projeto Preservar, que é produzir com sustentabilidade, mostrando para o mundo que o Pará é o maior ativo ambiental do planeta e que temos esse compromisso na utilização dos nossos recursos naturais. Na minha visão é o maior desafio, mas estamos tirando de letra, mesmo porque o Pará tem hoje 76% do seu território completamente preservado, tem apenas 24% antropizado e nessa área antropizada já temos uma proposta de fazer uma agricultura, uma pecuária de baixo carbono, sobretudo dentro da sustentabilidade", destaca o presidente.

Planpará: Ações possíveis e necessárias

Na concepção do Preservar está também subjacente o desenvolvimento de um Programa Paraense de Governança Climática para uma Economia de Baixo Carbono. Denominado Planpará, o programa visa à proteção do clima e o desenvolvimento socioeconômico de todas as suas regiões, abrangendo cinco segmentos estratégicos: Agricultura, Pecuária, Mineração, Floresta plantada e Floresta nativa. Articulado com a Política Nacional de Mudanças Climáticas e o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), o Planpará objetiva consolidar no estado amazônico um sistema de pagamento por serviços ambientais prestados pelos ecossistemas preservados por populações tradicionais, indígenas e produtores rurais, por meio dos mercados de carbono, água e biodiversidade. Ao mesmo tempo em que contribui para o efeito estufa, as atividades agrícolas e florestais também são provedoras de soluções contra o aquecimento global.

A luta continua

"Nos próximos anos, uma das principais metas do Sistema FAEPA será dar continuidade à qualificação e atualização dos profissionais da área, para obter melhor adequação às leis ambientais e trabalhistas, permitindo que a atividade se expanda de forma legal e sustentável. Outros mais antigos, como a garantia ao direito de propriedade, criação e ampliação do crédito e do seguro de safra específico para as culturas, devem continuar entre as principais bandeiras da entidade", revela Xavier.

Programação comemorativa

Dando início as comemorações de 60 anos, a Comissão de Produtoras Rurais da FAEPA promove no dia 21 de setembro, o "1º Encontro de Produtoras Rurais do Pará" e "Reunião de Diretoria Plena do Sistema FAEPA". O evento acontece a partir das 9 horas, no auditório do edifício Palácio da Agricultura, reunindo mulheres ligadas ao meio agropecuário, como produtoras rurais e empresárias do setor do Pará, palestrantes, e outros convidados.
Após o cerimonial de abertura, haverá apresentação da palestra "Mulheres Empreendedoras dinamizando o Agronegócio", com a participação da presidente da Comissão de Produtoras Rurais da Farsul, Zenia Aranha. Em seguida, o tema "Questão Ambiental na Amazônia", com o economista Armando Soares, será o centro das discussões.

Após o almoço, o consultor Omar Hennemman fará palestra motivacional, seguido do superintendente do SENAR-AR/PA, Walter Cardoso, que falará sobre os programas da CNA/SENAR direcionados exclusivamente para as mulheres. Ainda estão previstas para o evento: apresentação da proposta de trabalho da Comissão de Produtoras Rurais da FAEPA; Assinatura da Carta das Produtoras Rurais à Sociedade Paraense; Assinatura da Resolução oficializando a criação de Comissões Regionais de Produtoras Rurais, e, no encerramento, está prevista a visita do Governador do Estado, Simão Jatene.

O evento contará com a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, incluindo o rito da benção que será conduzido por Dom Vicente Zico, Arcebispo Emérito de Belém. No início da noite, um coquetel brindará os 60 anos da FAEPA.

Comissão de Produtoras Rurais do Pará

O presidente da FAEPA, Carlos Xavier, comenta que o encontro visa valorizar a Para a presidente da Comissão de Produtoras Rurais da FAEPA, Iacira Sedrim, a comissão, instituída em Junho de 2011, nasceu da necessidade de impulsionar a transformação das potencialidades femininas em ação no trato dos assuntos de interesse da classe rural do Pará. "É um grupo feminino que pretende cuidar de todos os aspectos da vida rural que tenham como referência o fortalecimento do Sistema FAEPA, dos seus núcleos regionais, seus sindicatos rurais e da melhoria das condições de vida das populações rurais", revela Iacira.mulher, destacando a importância dela no setor agropecuário. "O Sindicato Rural, através de cursos e palestras, trabalha vários temas como sucessão familiar, gestão da propriedade e sindicalismo, despertando a consciência da mulher sobre sua importância na sociedade atual, reforçando suas competências e habilidades para enfrentar novos desafios. Trabalhamos para formar mulheres empreendedoras", destaca.

Atualmente os Sindicatos Rurais possuem hoje 126 presidentes, sendo 10 mulheres, que direta ou indiretamente, contribuem para o desenvolvimento da agropecuária regional. "A comissão feminina dentro da entidade, facilitará a realização de reuniões periódicas, palestras e promoções sociais, além de incentivar a participação das produtoras rurais nos assuntos de interesses do setor. Com a Comissão desenvolvendo ações para impulsionar e fortalecer o papel da mulher no campo esse número tende a crescer. Sem contar que, as produtoras atuarão com mais ênfase nos programas de responsabilidade social do Sistema", revela otimista Xavier.


Fonte: Redacão Ecoamazônia

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