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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Deputado quer transferir a capital

Presidente do TSE, Lewandowski acompanhou votação no Pará
O deputado federal Lira Maia (DEM), um dos principais líderes do movimento pela criação do estado do Tapajós, afirmou na noite deste domingo (11), ao DIÁRIO em Santarém, logo depois de tomar conhecimento da derrota do “Sim”, que nem ele, nem os deputados da região e, “principalmente o povo”, irão desistir do sonho de emancipação. “Estamos muito satisfeitos com o resultado. Mais de 90% do povo do oeste do Pará disse nas urnas que deseja o Tapajós e nós temos a responsabilidade política de continuar essa luta. Em Santarém, o ‘Sim’ obteve 98% dos votos. Não reconhecer isso é um crime contra a vontade popular”.

Ele aproveitou para anunciar uma sugestão bombástica: os deputados com assento na Assembleia Legislativa, na volta do recesso, vão apresentar Projeto de Emenda à Constituição do Pará com o objetivo de transferir a capital para um município geograficamente localizado no centro do Estado. Ele não soube dizer se a nova capital, como deseja, seria em Altamira ou na localidade de Belo Monte, como há oito anos sugeriu o ex-governador Almir Gabriel.


(Foto: Mauro Ângelo)

Sobre a vitória do ‘Não’, ele antecipou que já obteve a promessa de 15 prefeitos do oeste, de que irão decretar “luto oficial” em seus municípios. “Esses prefeitos já me garantiram que vão fazer isso. Nesta segunda-feira eu vou falar com outros 11 prefeitos para que eles também façam a mesma coisa”. A prefeita de Santarém, Maria do Carmo, já declarou luto oficial hoje, em Santarém.

Segundo o deputado, o “luto” é apenas uma forma de protesto, porque o sonho de criação do Tapajós “continua mais vivo do que nunca e jamais será sepultado”. “A divisão já existe e não vai ser o resultado de hoje (ontem) que vai apagar isso. O que temos de fazer, e vamos fazer, é trabalhar com mais força ainda para que o Tapajós seja uma realidade”. Ainda esta semana, o deputado reunirá com sua assessoria e também com a área jurídica de seu gabinete, em Brasília, para avaliar o resultado das urnas e “tomar algumas medidas”. Ele não disse que medidas serão essas.

RECLAMAÇÃO

Talvez uma das medidas seja uma reclamação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as regras do plebiscito, que, segundo Maia, acabaram prejudicando a campanha dos adeptos da separação. A palavra “divisão”, contida na formulação sobre a criação dos estados do Tapajós e Carajás, na visão de Maia, foi uma espécie de “informação dirigida”, ao eleitor, o que teria criado em sua cabeça a ideia contra a separação do Pará.

Questionado se reconhecia algum erro na campanha do “Sim”para que a grande maioria do Estado ficasse do outro lado, o deputado foi taxativo: “Não houve nenhum erro, a estratégia foi definida corretamente”.

O deputado João Salame, líder do movimento pró-emancipação do Carajás, disse que o resultado, de certa forma, já era previsível. “Foi uma luta de Davi contra Golias”, afirmou. Salame disse ainda que mesmo com a derrota, a vontade de mais de um milhão de pessoas precisará ser ouvida pelo governo do Estado. “Vai ser necessário que o anseio desse povo seja percebido pelo governador”, afirmou. O deputado disse que lamentou a derrota e que os próximos dias serão de avaliação interna dos possíveis erros cometidos.

Frentes do “não” falam em união pelo desenvolvimento

Para Zenaldo Coutinho, presidente da frente contra a criação do Carajás, agora o foco deve ser no desenvolvimento do Pará e na sua integração. “É preciso demonstrar união, porque essa não foi uma decisão que fez vitoriosos e derrotados. Vamos ter que intensificar ações para dar mais eficácia às políticas públicas e aumentar também a receita do Estado”. O deputado citou a existência de um projeto de descentralização administrativa do governo, a fim de tornar o Estado mais competitivo. “Queremos dar mais autonomia às entidades que já existem”. Questionado sobre os problemas das regiões oeste e sul, explicitados durante a campanha, Zenaldo afirmou que não apenas estes locais têm mazelas . “Essa situação não está vinculada ao território, temos localidades no nordeste paraense e no Marajó que contam com índices baixíssimos. Todos os paraenses que vivem em dificuldade têm razão de reclamar”. Para ele, a região que seria o Estado do Tapajós é a que necessita de mais atenção, e com urgência.

Já o deputado Celso Sabino, presidente da frente contra criação do Estado do Tapajós, disse que o resultado foi uma vitória do povo paraense. “Agora é hora de nos unir para ajudar nossos irmãos daquelas regiões”.

O parlamentar informou que pretende montar o que chamou de força-tarefa para levar desenvolvimento às regiões do Tapajós e Carajás. “A primeira atitude, que inclusive já foi tomada, é buscar as compensações necessárias para suprir o que o Pará perde com a Lei Kandir. Vamos brigar pela taxa de tributação da exploração mineral. Estamos, inclusive, entrando, por meio da Assembleia, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, para tentar suprir essa questão da Lei Kandir”.


(Diário do Pará)

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