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terça-feira, 27 de março de 2012

Despenalização do aborto?


O Tribunal de Justiça de São Paulo promoveu uma audiência pública a respeito da reforma do Código Penal Brasileiro. Temáticas prioritárias cederam espaço aos discursos monopolizados por militantes feministas, representantes de movimentos sociais, Fundações e Ong's. Reportagens feitas no local da audiência destacaram o clima de euforia criado pelas feministas exibindo um anteprojeto de lei pela descriminalização e pela legalização do aborto "já". A tal audiência tornou-se comício dos grupos de pressão cujo objetivo único pela legalização do aborto dispensaria outras discussões. Entre os projetos de lei que postulam o aborto não lograram êxito. Alguns tramitam no Congresso Nacional há 20 anos, como o PL 1135/91 pedindo a revogação dos artigos 124 a 128 do Código Penal, legalizando o aborto em quaisquer situações. Outros projetos preveem casos de anencefalia e má-formação até o 3º mês de gravidez.
Todos os anteprojetos de lei pró-aborto foram rejeitados por várias comissões legislativas. Entretanto o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3, assinado pelo presidente Lula em 2009) apresenta o aborto como programa político do governo. Com a nomeação da secretaria para as Políticas para a Mulher o assunto volta à baila. Os deputados federais dificilmente aprovariam projetos desse gênero, pois na certa, sabem que perdem votos. A maioria da população é contrária ao aborto.
A pressão pela legalização do aborto faz parte de acordos para o desenvolvimento celebrados entre a ONU e países emergentes da América Latina (como o plano Rockfeller, Marshall, Kissinger, etc.) Tais acordos prometem investimentos nos países da América Latina, mediante cláusulas vinculantes pelo controle demográfico da população. O aborto obedeceria à política familiar global, baseada em cálculos econômicos.
Daí o patrocínio das fundações aos grupos de feministas que apregoam a ideologia do aborto, "em nome dos direitos da mulher ao próprio corpo".

Grupos de pressão defensores do "direito" ao aborto são unilaterais, porquanto cabe somente à mulher decidir sobre a pena de morte ao embrião ou nascituro indefeso. O falso argumento é que embrião não é gente, negando-se o princípio da vida, desde a sua concepção. Essa é a "lógica" materialista. A Igreja sempre defenderá a vida através de políticas de saúde para a gestante e para o nascituro; para a mãe e para as crianças. A descriminalização do aborto provocado é um assassinato de inocentes indefesos, definitivamente privados do
direito de viver. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º garante o direito à vida, desde a sua concepção até a morte natural.

Que a urgência da reforma do Código Penal Brasileiro não seja atropelada por grupos de pressão ideológica, contrários ao sagrado direito à vida. O 5º. Mandamento da Lei de Deus confirma a lei natural: não matarás. A "causa" do aborto se baseia na visão antropológica materialista, ao negar ou prescindir dos valores éticos
e morais. A ONU pretende manter uma espécie de controle mundial partindo da visão puramente mercantilista da vida dos seres humanos e dos povos. O desenvolvimento dos países emergentes constitui uma ameaça aos governos dos países ricos. É isso que está em jogo: menos comensais para maiores benesses dos países ricos.
Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba




Paredes nuas

Não é demais voltar ao assunto quando não passa um dia sem que a mídia abra espaços para a decisão do Conselho de Magistratura do TJ/RS. Viva! Mais uma façanha do Rio Grande. Noutra despachamos a Ford. Nesta, os crucifixos, enxotados e empacotados.
Há uma peculiaridade passando batida nessa história. Quem é, mesmo, que quer a remoção? Até hoje, não vi entre as manifestações de apoio à determinação uma única que tenha sido emitida por qualquer das centenas de confissões religiosas em consideração às quais se diz que foi decretada. Embora o relator do processo tenha escrito que o cidadão judeu, o muçulmano, o ateu, ou seja, o não cristão, tem o mesmo direito constitucionalmente assegurado de não se sentir discriminado pela ostentação de símbolo expressivo de outra religião em local público, ninguém, de crença alguma, se manifestou, mesmo que fosse para um simples e protocolar "muito obrigado". Por quê? Por que lhes ficou inequívoco terem sido usados para intenções que também lhes são hostis!

As próprias entidades que requereram a retirada dos crucifixos articulam-se em torno de comportamentos sexuais e não sobre religião ou religiões. Nesse mesmo viés, se observamos com acuidade iniciativas análogas, será forçoso perceber que tampouco provêm de crentes ou ateus num sentido genérico, mas de pequena parcela destes últimos - os ateus militantes. Suas manifestações, sistematicamente, se voltam contra o que os símbolos representam, ou seja, as religiões, cuja influência na sociedade anseiam por eliminar. Mostram, especialmente em relação ao cristianismo, animosidade e um conhecimento de panfleto. Sempre mencionam Cruzadas, Inquisição e Galileu, mas parecem incapazes de escrever meia página séria sobre esses temas pois tudo que repetem, vida afora, foi o que ouviram por aí, servido como nutrição ideológica. Desculpem-me o sarcasmo, mas passei os últimos dias lendo tais tolices aportadas anacronicamente como se fossem argumentos para justificar a retirada dos crucifixos! Pior do que desconhecer pelo não uso da inteligência é conhecer raivosamente pelo uso do fígado. Corre-se o risco de passar por cima do tesouro e ir catar lixo logo adiante. Esse exótico discernimento, assumido nos poderes de Estado, resulta danoso à identidade nacional, ofensivo à história do Brasil, depreciativo ao que há de melhor na civilização ocidental e agressivo a um bem do espírito e da cultura considerado precioso pela imensa maioria do povo deste país! Mas a história ensina: é preciso gerar descrédito ao que merece respeito para, depois, exigir respeito ao que não merece.
Quando os constituintes de 1988 promulgaram nossa Constituição declarando que o faziam "sob a proteção de Deus" estavam querendo dizer que a essência dos preceitos esculpidos na nossa lei maior e a ordem jurídica de convivência a que ela nos submete não decorrem de uma ideologia ou da mera vontade humana, não foram achados na rua ou numa mesa de bar, mas provêm de uma lei natural, transcendente e superior. Com efeito, do Estado recebemos a cidadania, mas não é dele que nos vêm a dignidade humana nem os correspondentes direitos.
Ora, o ateísmo militante não tolera isso. Deseja manipular a natureza humana a seu bel-prazer e a sociedade inteira através da política. O Estado, como o concebem, não pode conviver com juízos morais divergentes. Por isso, reitero: a remoção dos crucifixos é muito menos um ato jurídico e muito mais um ato político que contradiz nossa história e tradição. Paredes nuas não têm passado nem memória. Assemelham-se a santuários do nada.


Por Percival Puggina

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