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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jatene teria atrasado obra com fins eleitoreiros

Governador Simão Jatene acusado de atrasar obra da Santa Casa com objetivo eleitoreiro
 
Governador Simão Jatene

A ex-governadora Ana Júlia Carepa disse ao DIÁRIO, há algumas semanas, que caso a obra da Nova Santa Casa estivesse pronta, as mortes não estariam ocorrendo. Em junho de 2008, durante seu mandato como governadora, Ana Júlia enfrentou problema semelhante. Naquele mês 54 recém-nascidos foram a óbito (44 na UTI neonatal). Na época a notícia provocou a queda de toda a diretoria da Santa Casa e virou manchete nacional.

Ao invés de apenas apresentar justificativas, ela diz que seu governo desenvolveu um plano de ações para sanar os problemas existentes na atenção básica, ações estas que hoje se encontram paralisadas, como o reforço à Atenção Básica, ampliação do programa Saúde da Família, aumento de leitos de UCI Neonatal, criação de uma nova UTI Pediátrica com 10 leitos para crianças recém-nascidas, entre outros.

Ela lembra que seu governo iniciou a construção do prédio da Nova Santa Casa, em 2009, deixando pronta até a oitava laje, com os recursos para sua conclusão e compra de equipamentos em caixa. “Esta obra se arrastou por longos dois anos e meio, com objetivo meramente eleitoreiro”.

Sindicato diz que governo foi omisso

Santa Casa de Misericórdia vira um colapso

Não foi por falta de aviso. O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindimepa) já havia recebido denúncias sobre o caso de mortes de bebês na Santa Casa de Misericórdia do Pará e denunciou imediatamente a situação aos Ministérios Público do Estado e Federal, bem como para as secretarias de Saúde do Estado e do município. Nenhuma resposta foi dada ou medida foi tomada. O resultado foi a morte anunciada, até agora, de 44 nascituros na maior maternidade pública do Estado.

A denúncia da morte dos bebês foi feita por um funcionário da Santa Casa que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Ele denunciou ao Sindicato dos Médicos (Sindmepa) a morte de 25 bebês nos 13 primeiro dias de junho no hospital. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou as mortes no dia 14 de junho. João Gouveia, presidente do Sindmepa, diz que a principal causa das mortes é o alto índice de infecção hospitalar no local que recebe grande demanda de grávidas, a maioria adolescentes, oriundas do interior do Estado. Ele exibiu ao DIÁRIO ata de uma assembleia geral dos médicos, realizada no dia 17 de abril passado, que contou com a presença de pediatras e obstetras do hospital. Os obstetras denunciaram que trabalham com alta demanda, material insuficiente para realização de procedimentos, ambiente físico insalubre. Foi citado também que o número de plantonistas é insuficiente.

Os pediatras que atuam na unidade neonatal queixaram-se de que continuam as dificuldades de proporcionalidade de plantonistas para o número de leitos nos plantões noturnos, finais de semana e feriados, pois a escala de plantão nesses dias, na sua maioria, são plantões extras pela insuficiência de pediatras.

Para Gouveia, o problema se agrava na Santa Casa também pelo fato de outras maternidades não estarem funcionando como deveriam, embora seja prerrogativa do governo estadual fazer com que elas funcionem. “Todo mundo acaba indo para a Santa Casa nas piores condições possíveis, mas se lá não houver os cuidados necessários, no controle das infecções hospitalares, você pode ter um aumento no número de mortes”.

OMISSÃO

O Sindimepa acusa o Estado de ser omisso, principalmente no que diz respeito à saúde básica. “No caso da Santa Casa, por exemplo, o Estado sempre afirma que o problema é a falta do pré-natal, mas ele é responsável por essa carência. O Estado é o gestor e tem que chamar os municípios, levá-los a cumprir com suas obrigações”, diz João Gouveia.

Hélio Franco, atual titular da Sespa, que já foi inclusive diretor do sindicato, ao invés de resolver a precária situação da Santa Casa, partiu para o ataque, afirmando que os médicos sindicalistas “só querem é ganhar dinheiro”, provocando a revolta da categoria. “O doutor Hélio nos envergonha porque ele saiu do sindicato e quando estava aqui, lutava pelas mesmas causas que nós e agora está se tornando inimigo público da classe”, rebateu Gouveia.

O Sindempa estuda interpelar o secretário para explicar as declarações. Franco acusa também a entidade de ser comprometida com o setor privado de saúde e diz que há uma espécie de indústria de plantões usados para inflar os salários dos profissionais.


Fonte: Diário do Pará

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