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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Comercialização de carne ganha reforço


MPF assina acordo para estimular pecuária sustentável no Pará

A carne brasileira, principalmente a produzida na Amazônia, tem, desde ontem, 

um importante reforço para aumentar sua aceitação no mercado internacional. O 

Ministério Público Federal (MPF) e a Associação Brasileira das Indústrias 

Exportadora de Carnes (ABIEC) assinaram um acordo de cooperação técnica pela 

pecuária sustentável, com o objetivo de evitar a compra de carne bovina de 

áreas desmatadas da Amazônia ou de empresas e produtores que tenham 

invadido terras públicas ou que façam uso do trabalho escravo.


Segundo o procurador da República no Pará, Daniel Avelino, coordenador do Grupo de Trabalho Amazônia Legal, a iniciativa, que teve início em 2009 no Estado, já apresenta resultados positivos."Em 2009, a extensão da área desmatada por ano na Amazônia era de 12 mil quilômetros quadrados. Em 2013, foi reduzida para pouco mais de 5 mil quilômetros quadrados. E o Pará foi quem mais contribuiu com essa redução, mais de 40%. A gente saiu neste período de 4 mil e poucos quilômetros quadrados para 1,8 mil. No último ano, inclusive, a redução passou de 50%. É um resultado significativo. Então, o Pará tem ajudado a Amazônia a reduzir o desmatamento a níveis históricos e isso precisa ser imputado ao produtor rural que vem fazendo a sua parte e que merece receber o reconhecimento e a valorização por parte do mercado", destacou.


Para o presidente da ABIEC, Antônio Jorge Camardelli, a possibilidade de novos negócios pode ser ampliada com essa iniciativa. As exportações do setor, em 2013, foram de US$ 6,6 bilhões. A expectativa, disse, é fechar 2014 nos US$ 8 bilhões. "Tivemos, no passado, problemas com grandes empresas, que deixaram de comprar nossos produtos por conta desses impasses na produção. Empresas do exterior já haviam sinalizado que deixariam de adquirir os produtos brasileiros [provenientes de áreas desmatadas]. Este acordo é um marco para a entidade (MPF), para o setor e para o País", assinalou Camardelli.


A ABIEC tem 29 entidades associadas que respondem por 95% das exportações de carne e por 73% do abate sob inspeção federal. "Tivemos [nas discussões para formatação do acordo] oportunidade de desenvolver o conceito e a visão comercial de que é possível fazer tudo sem ultrapassar os limites, tanto do governo como do setor empresarial. E vamos estimular o setor a se agregar visando à participação de todos na cadeia, facilitando [cada vez mais] a regularização dos produtores", acrescentou.


Segundo Camardelli, a ABIEC se compromete a criar centros de atendimento e informações para ajudar produtores a se regularizar e aderir aos pontos previstos no acordo. Para tanto, montará escritórios em municípios estratégicos onde sejam identificadas dificuldades para se inserirem nesse processo. "Isso será feito com a contribuição dos sindicatos e de ONGs [organizações não governamentais]", disse ele, reforçando em seguida a importância do Pará nesse processo de reformulação e a abertura de diálogo com os produtores do Estado que reivindicam um acordo diferenciado. "Parabéns ao Pará, porque o Estado foi o primeiro a passar por este processo de reorientação. O Pará foi onde teve o primeiro Município Verde, que passou a ser modelo", disse.



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