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sábado, 8 de novembro de 2014

MATADOR DE JORNALISTA CONDENADO PELA JUSTIÇA


Leandro Coelho (detalhe) foi condenado pela Justiça de Itaituba, pela morte do editor de imagem Antonio Raydson (Boboya)LEANDRO COELHO FOI CONDENADO PELA PELA MORTE DO EDITOR DE IMAGEM ANTONIO RAYDSON

 
Leandro Coelho (detalhe) foi condenado pela Justiça de Itaituba, pela morte do editor de imagem Antonio Raydson (Boboya)


O julgamento do acusado pela morte do editor de imagem Antonio Raydson, o Boboya, começou por volta das 08h00 de quarta-feira, dia 05, mas logo cedo já era grande a movimentação das famílias e amigos do acusado e da vítima, o que fez com que fossem distribuídas senhas para se ter acesso à plenária do Salão do Júri.


Na abertura da sessão presidida pelo Juiz Sidney Falcão, titular da Terceira Vara Criminal da Comarca de Itaituba, foi lido o processo e o parecer do Ministério Público para que os sete jurados convocados pudessem ter detalhes das investigações do crime. Na acusação atuou a promotora Juliana Palmeira, representante do Ministério Público e o advogado Moisés Aguiar, enquanto que na defesa esteve os advogados José Luiz e Josiane Loiola, ambos contratados pela família do acusado. Em primeiro momento, Leandro Coelho, o acusado, estava no salão do júri e se mostrava tranquilo.


A primeira testemunha a ser a chamada foi Rayson Costa, irmão de Boboya, que em seu depoimento disse ter sido o primeiro parente da vítima a chegar ao local do assassinato e narrou os acontecimentos que culminaram com a morte do irmão. Depois de Rayson, foi a vez da mãe de Rithiele, jovem apontada como pivô da discórdia entre os dois. Segundo a depoente, sua filha namorou primeiramente com Boboya, posteriormente, mesmo contra a vontade da mãe, teve uma convivência com Leandro Coelho, o que terminou por conta de desentendimento entre o casal. Com a separação, Rithiele foi mandada por sua família para morar em Manaus, de onde, através de contatos telefônicos, voltou a namorar com Boboya, começando aí a raiva de Leandro por Antonio Raydson, o que terminou em morte.


Outra testemunha a depor foi Ricardo, vizinho de Boboya. Segundo ele, Leandro chegou ao local do crime e o pediu para chamar Boboya, justamente no momento em que a vítima estava trancando a porta de sua casa para retornar à casa de Carmarguinho, de onde havia saído minutos antes para atender o chamado de uma amiga. O depoente disse que ainda viu Antonio Raydson estendendo a mão para cumprimentar Leandro, porém, em fração de segundos, ao virar para outro lado ouviu os disparos feitos por Leandro contra Boboya.


Depois de ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, antes de Leandro sentar no banco dos réus, a acusação exibiu uma reportagem produzida pela imprensa local, onde Leandro fala do crime. Na entrevista dada no dia de sua prisão, Leandro disse que agiu por instinto e pode ser uma pessoa perigosa dependendo da ameaça que venha receber.


Durante seu depoimento, agora demonstrando grande nervosismo, o já réu confesso, reassumiu a autoria do crime afirmando que matou Boboya por sentir-se ameaçado pela vítima, entretanto, ao ser questionado pelo presidente do júri, disse que as ameaças não eram de morte. Os inúmeros questionamentos feitos pela acusação levaram o acusado se contradizer por várias vezes.


Leandro disse que naquele dia, 22 de outubro de 2013, recebeu o convite de Boboya para conversarem na residência do também profissional de imprensa “Camarguinho”, apresentador esportivo da TV Eldorado e que estava aniversariando naquela data, mas logo no início da noite, encontrando-se enraivado com os boatos vindos pelas redes sociais, decidiu colocar o revólver na cintura e saiu dirigindo seu veículo passando em frente a residência de Boboya, onde o encontrou e, após poucas palavras, disparou quatro tiros contra a vítima, para em seguida entrar em seu carro e fugir para uma fazenda localizada nas proximidades da comunidade Santarenzinho, de onde, com a ajuda de terceiros, chegou a um garimpo localizado no município de Oriximiná.


Ouvidas as testemunhas e acusado pela parte da manhã, a tarde foi a vez de acusação e defesa debaterem sobre as qualificadoras imputadas ao crime pelo Ministério Público. Por um lado a acusação afirmando ter sido um crime torpe e dissimulado, por sua vez a defesa transferindo a culpa do crime a ex-mulher de Leandro, que utilizou-se das redes sociais para semear a discórdia entre o acusado e a vítima.


Com pequenos intervalos, o julgamento de Leandro durou nove horas com o Juiz Sidney Pomar Falcão proferindo a sentença de 18 anos de reclusão em regime fechado por volta da 17h00. A partir de então, Leandro Coelho foi conduzido de volta ao presídio pelos policiais militares e agentes prisionais.


Vários membros da imprensa itaitubense que acompanharam o julgamento do início até o pronunciamento final do juiz, afirmaram esperar uma condenação maior, porém, se disseram satisfeitos pela condenação do réu.


Para o advogado de acusação Moisés Aguiar a pena para Leandro poderia ser de pelo menos 25 anos, já que as duas qualificadores foram pesadas e o júri recusou o privilégio solicitado pela defesa. “Nosso trabalho na acusação foi feito considerando nós termos conseguido com que o júri aceitasse as qualificadores apresentadas ao crime pelo Ministério Público. Os testemunhos foram contundentes, principalmente os oculares: pessoas que estavam presentes na hora do assassinato e atestaram que Leandro chegou na casa de Boboya, pediu para que um vizinho o chamasse e em seguida efetuou os disparos a queima roupa e saiu em fuga em seu veículo.”


O advogado José Luiz disse que ainda vai reunir com seu cliente para decidir se irá pedir um novo julgamento.


Pela repercussão do crime na mídia e na sociedade, o juiz Sidney Falcão que havia adotado algumas medidas de segurança, avaliou que tudo ocorreu normalmente. “Graças a Deus, as duas partes tinham interesse que este julgamento ocorresse, o que contribuiu para que tudo ocorresse na normalidade.”


Condenado há 18 anos e já cumprido um ano no presídio, se tiver um bom comportamento, Leandro Coelho deverá poderá passar para o semi aberto em cinco anos. Com informações e fotos de Junior Ribeiro e Francisco Amaral.


Por: Nazareno Santos

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