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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MAIS DE 20 OBRAS PÚBLICAS NA ÁREA DA SAÚDE ENCONTRAM-SE PARADAS

Um total de 748 obras públicas estão paralisadas em todo o estado. Algumas delas há mais de cinco anos, conforme dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Dessas obras inacabadas, 24 são de unidades públicas da saúde, sendo que oito delas em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá.  A maioria delas faz parte de um complexo hospitalar que tiveram início em 2009, naquele município, mas já foram interrompidas por duas vezes

Além da construção de hospitais, várias cidades mato-grossenses estão com obras de postos do Programa de Saúde Família (PSFs), de Unidades Básicas de Saúde (UBS), de pronto-atendimentos, e a reforma e ampliação de unidades de saúde.

No comando da Secretaria de Saúde de Tangará da Serra há sete meses, Luciléia Oliveira Rodrigues disse que a obra do hospital está parada por falta de projetos básicos, mas que eles estão sendo elaborados pela Secretaria Municipal de Planejamento. "Foi dado início às obras, mas verificamos que estava faltando alguns projetos básicos. Agora, vamos encaminhar esses projetos para a Vigilância Sanitária", afirmou.

A previsão, segundo ela, é de que o processo licitatório para a contratação de uma empresa para executar a obra do hospital que deverá ter 100 leitos de enfermaria e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) seja realizado no início do ano que vem. Após de iniciada, a obra deve ser concluída no primeiro semestre de 2015, segundo estimativa da prefeitura da cidade.

Uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) também deve ser construída no mesmo espaço que o hospital denominado “Arlete Brito“, de acordo com a secretária. "São várias obras em um lugar só", afirmou. Porém, ela alegou que algumas obras estão em andamento e que a prefeitura não teria dado baixa no sistema Geo-Obras, do TCE.

Assim como a maioria dos municípios do interior do estado, Tangará da Serra enfrenta problemas na área da saúde. Apenas 32% da população recebe atendimento de atenção básica de saúde e, de acordo com a secretária, algumas medidas vem sendo tomadas para melhorar essa questão. Uma delas é a contratação de mais 22 médicos. Vinte e um deles são do programa Mais Médicos, do governo federal, e os demais foram contratados pelo município. "Agora, o nosso desafio é melhorar a estrutura, pois não basta apenas ter médicos, é preciso estrutura", afirmou.

Troca de prefeitos

Desde que a obra começou, seis prefeitos já estiveram no comando da cidade. O eleito em 2008, Júlio César Ladeia foi afastado do cargo no ano seguinte, pouco depois de tomar posse do cargo, e, no lugar dele, assumiu o então vice-prefeito José Jaconias. Em seguida, em 2011, Ladeia, Jaconias e outros quatro vereados do município tiveram os mandatos cassados por suspeita de fraudes na saúde, que teria gerado prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão aos cofres do município.

Com a cassação do prefeito e do vice, o presidência da Câmara de Vereadores à epoca, Miguel Romanhuk. Ele ficou no cargo pelo período de 90 dias, até a realização de uma eleição indireta, da qual saiu vitorioso o empresário Saturnino Masson. Ele concluiu o mandato e, na eleição de 2012, Fábio Junqueira foi eleito prefeito. Neste ano, no entanto, ele foi afastado da função por suspeita de improbidade administrativa e o vice-prefeito, José Pereira Filho, assumiu o cargo. Há cerca de duas semanas, Junqueira conseguiu reverter a situação e retornou para o comando do Executivo municipal.

Já em Canarana, três unidades do Programa de Saúde da Família estão paradas. Além dessas obras paradas em Tangará da Serra e em Canarana, outros hospitais cuja obra não foi concluída não foram incluídos no sistema do TCE, entre eles o Hospital Central de Cuiabá. A obra desse hospital começou há 30 anos e até hoje encontra-se inacabada.

A construção de cerca de 19 mil metros quadrados teve início em março de 1985 e, dois anos depois, foi suspensa por suspeita de desvio de verba. Em 2003, o Ministério Público Federal (MPE) moveu uma ação judicial pedindo que os responsáveis devolvam cerca de R$ 14 milhões aos cofres públicos e, além disso, obriga o governo do estado a concluir as obras.



Fonte: G1MT

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