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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

SEM TETOS – SEMMA AUTORIZOU DESMATAMENTO

Área invadida e desmatada pelos sem tetos às margens do complexo do UrumariSem tetos denunciam que SEMMA autorizou desmatamento na Área Verde.

Em conversa com os proprietários de um terreno de 300 metros localizado nos arredores da Avenida Marcílio Dias, no bairro Área Verde, na manhã de quarta-feira, 03, um grupo de sem tetos revelou que foram procurados no local por fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), os quais garantiram que eles podem fazer a limpeza da área, desde que deixem 30 metros de mata ciliar de cada lado do igarapé.

Após um grupo de sem tetos invadir a área de propriedade da família do professor Roque Leal, há cerca de duas semanas, a mata ciliar foi extinta das margens de dois córregos, do complexo do igarapé do Urumari.

Por conta da devastação da mata, animais como macacos, répteis e aves ficaram sem o habitat natural. Queimadas, derrubada de árvores nativas e devastação de açaizeiros e do buritizal da Área de Preservação Permanente (APP) podem ser vistos no local.

Devido a falta de alimentos, por conta da derrubada de árvores frutíferas, bandos de macacos nativos da espécie Sagüi de Santarém (macaco soin), buscam frutas nos quintais de casas, de famílias da Área Verde.

A derrubada da mata pelos invasores virou motivo de denúncia de moradores das proximidades. Eles afirmam que o terreno tem dono e, que eles estavam mantendo o local preservado, até o grupo de sem tetos invadir e derrubar toda a mata da área.

Os comunitários argumentam que como se trata de crime ambiental, a Semma deve tomar ciência da devastação da mata ciliar às margens do igarapé do Urumari e punir os culpados.

O igarapé, que há anos sofre com o assoreamento, engloba os bairros Vigia, Santo André, Urumari, São José Operário, Jutaí, Área Verde e Uruará.

Segundo o professor Roque Leal, a área invadida por sem tetos é a última ponta de mata, que existe na foz do igarapé do Urumari, onde sua família busca zelar, para que a fauna e a flora original sejam mantidas. “Se a gente não preservar, a tendência é se acabar. As pessoas não vão ter igarapé para tomar banho, porque vai virar simplesmente um córrego de lama. Essa área que ainda existe, com essa invasão não vai ter mais e, isso é uma perda muito grande pra natureza. Hoje, preservar a mata nativa ainda é uma atitude inteligente das pessoas. A gente e os órgãos fiscalizadores não podem permitir que isso aconteça”, afirmou o professor Roque Leal.

Ele afirma que tomou a iniciativa de preservar a área juntamente com seus irmãos que são herdeiros do terreno. Roque acrescenta que tornou público os problemas causados pela invasão, para que a culpa da devastação não caia sobre sua família, por conta da ação que outras pessoas estão fazendo, que é derrubar a mata nativa.

“Eu expliquei para as pessoas que estão na invasão, que a área tem que ficar intacta, apesar de que já foi bastante danificada. Deixando a mata intacta vai beneficiar uma população muito grande que precisa do igarapé, além de salvar os animais que estão aqui dentro. Como percebemos, o igarapé está dando os últimos suspiros. A saída para a preservação está na conscientização das pessoas. Os órgãos ambientais devem tomar providências para que os mananciais não acabem sendo destruídos totalmente, porque já suspiram com muita dificuldade!”, exclama Roque Leal.


Por: Manoel Cardoso

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