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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

MINISTÉRIO SUGERE A TEMER CONCESSÃO DE FERROVIA QUE LIGARÁ SINOP-MT AO PARÁ

As concessões serão discutidas, em breve, na reunião do conselho do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), após a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), no Senado, previsto para este mês.

O Ministério dos Transportes sugeriu ao presidente interino, Michel Temer (PMDB), que ofereça à iniciativa privada a chamada “Ferrogrão”, estrada de ferro que ligará Sinop (Mato Grosso) a Miritituba (Pará). A “lista” encaminhada ao chefe do Executivo tem ainda quatro aeroportos, um terminal portuário e outra ferrovia. A ideia, conforme a Folha de São Paulo, é lançar os projetos considerados “viáveis” pelo governo e que, ao mesmo tempo, despertem interesse da iniciativa privada. Desta forma, as obras seriam iniciadas em um curto período de tempo, o que evitaria a frustração provocada pelos anúncios anteriores e recuperaria a credibilidade do governo.

As concessões serão discutidas, em breve, na reunião do conselho do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), após a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), no Senado, previsto para este mês. A previsão é que na ocasião sejam definidas datas para lançamento dos editais.

Com o investimentos estimados em R$ 10 bilhões, o governo federal poderá conceder a Ferrogrão por até 60 anos como forma de atrair empresas interessadas. Estudos de viabilidade, apresentados no ano passado, teriam demonstrado que, para ser viável, a concessão da ferrovia deveria durar aproximadamente 65 anos. O modelo de concessões do governo federal, no entanto, prevê, até agora, um tempo máximo de 35 anos para repasse das vias.

O meio termo escolhido seria utilizar o menor tempo de concessão como critério de escolha na licitação, com prazo limitado a 60 anos. Além disso, o governo, que poderia exigir um pagamento de outorga (espécie de aluguel), escolhendo também o maior pagamento para definir o vencedor do leilão, decidiu apresentar uma proposta em que não cobrará outorga nem usará critério para escolher vencedor. A empresa vencedora receberia prazo entre cinco e sete anos para construir os 933 quilômetros da Ferrogrão.

Em fevereiro, o então ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, aprovou os estudos de viabilidade desenvolvidos pela Estação da Luz Participações Ltda para subsidiar a implantação da estrutura ferroviária entre Sinop e o distrito de Miritituba, em Itaituba, no Pará. Os documentos serão vinculados à concessão e foram declarados como de “utilidade” para a licitação, que, no entanto, ainda não tem qualquer definição de quando será lançada.

No despacho, publicado no Diário Oficial da União, foi definido ainda um valor de R$ 33,7 milhões para ressarcimento da empresa, caso ela não arremate a licitação futuramente. Este valor poderá, entretanto, sofrer um “reajuste”, com base em variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a ser apurado entre fevereiro de 2014 e dois meses antes do pagamento.

A responsabilidade da empresa selecionada é auxiliar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na elaboração do plano de outorga, alteração das minutas de edital e contrato de concessão, entre outras atividades. O ministro destacou, contudo, que a aprovação não gera direito de preferência para a companhia e nem sequer obriga o governo a abrir a licitação. Não cria ainda, “por si só”, direito ao ressarcimento dos valores envolvidos na elaboração dos documentos.

O chamamento público para os estudos técnicos foi lançado em junho de 2014 pelo Ministério dos Transportes. Em junho do ano passado, foi adicionado mais um trecho à ferrovia, entre Sinop e Lucas do Rio Verde. As próximas etapas previstas são o desenvolvimento das minutas de contrato, edital e modelagem econômico-financeira, realização de audiências públicas, envio ao Tribunal de Contas da União (TCU) da documentação relativa ao processo de outorga e lançamento do edital de licitação.



A ferrovia está prevista no Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal e tem como objetivo melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, conectando-se no Pará ao Porto de Miritituba, na hidrovia do Tapajós. A intenção ainda é trazer maior competitividade às commodities agrícolas brasileiras. São esperados R$ 9,9 bilhões em investimentos. O trecho total da ferrovia terá aproximadamente 1.140 quilômetros de extensão.



Por Só Notícia       09/08/2016 - 08:39 hs
Foto: Arquivo Pessoal 

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